domingo, 31 de março de 2013

Campos e tucanos fazem aproximação estratégica

Flerte com governador de Pernambuco, que tenta se viabilizar para disputar o Palácio do Planalto no ano que vem, interessa a Aécio, a Alckmin e a Serra.

O projeto presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), passou a ser do interesse de outros três protagonistas políticos, todos eles tucanos. O senador Aécio Neves (MG), o governador Geraldo Alckmin (SP) e o ex-governador José Serra (SP) se beneficiam das articulações do pernambucano para disputar a Presidência da República em 2014.
O PSDB vê como positiva a candidatura de Campos, que conta com o entusiasmo até do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje o principal articulador político da campanha de Aécio à Presidência.
A direção do partido avalia que a entrada do governador de Pernambuco na disputa pode ser determinante para forçar o 2.º turno entre Aécio e a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT). Segundo pesquisa Ibope, divulgada pelo Estado no fim de semana passado, quando Campos não está na disputa, Dilma se fortalece e tende a receber a maior parte dos votos que antes estavam com o governador.
Para os tucanos que patrocinam a candidatura de Aécio, o potencial de estrago de Campos num voo solo é menor do que aliado ao projeto governista. Isso porque, avaliam, o político do PSB não tem estrutura para manter uma candidatura competitiva.
O governador de Pernambuco, porém, está trabalhando para criar essa estrutura. Desde o ano passado, ele adotou um discurso para o empresariado do eixo Rio-São Paulo, onde estão os potenciais financiadores de campanha. Teve encontros com executivos de grandes empresas e integrantes do mercado financeiro. Também ampliou os contatos políticos de olho na montagem de palanques nos Estados.
A direção do PSDB sabe que esse é um movimento perigoso, já que a campanha de Campos pode empolgar - e ele, por sua vez, tirar votos do partido. Em 2006, ele se lançou candidato em Pernambuco e conseguiu se eleger num cenário em que havia disputa entre o partido oposicionista no Estado, o PT, e o governista, o PFL.
Alckmin também tem interesse na aproximação com o PSB. O governador mantém boa relação com o colega pernambucano e, no ano passado, ajudou a eleger o principal prefeito paulista do partido de Campos, Jonas Donizette, em Campinas. O PSB compõe a base governista de Alckmin. Tem sob seu comando a Secretaria de Turismo do Estado.
Agora, o governador tucano quer garantir o apoio do PSB para a sua reeleição no ano que vem. Conversou recentemente com os líderes do partido em São Paulo, dos quais ouviu que o apoio é possível, mas depende de palanque para Campos em São Paulo. O PSB nacional precisa de entrada entre os paulistas, ao mesmo tempo em que Alckmin quer evitar que o aliado lance um candidato próprio. Os tucanos não descartam conceder apoio branco a Campos, com o governo paulista dando uma mãozinha para ele no Estado.
Além de Aécio e Alckmin, Serra ensaia aproximação estratégica com Campos. Há cerca de dez dias o ex-governador reuniu-se com o pernambucano e depois o elogiou, dizendo que a sua candidatura era "boa" para o País.
No momento em que há uma disputa por espaço na direção do PSDB com o grupo de Aécio, o encontro foi interpretado internamente como um recado, já que Serra poderia migrar para o PPS, onde apoiaria a campanha de Campos. O encontro vazou para a imprensa dias antes de o PSDB paulista receber Aécio como presidenciável do partido e aumentou a preocupação interna sobre a saída de Serra da sigla.
Interesse. Para o governador de Pernambuco a aproximação com os tucanos também é positiva. Se resolver ser candidato, Campos não quer ser um nome antigoverno. Mas, pelo menos agora, o flerte com o partido da oposição cumpre o seu papel. Ameaça o PT e aumenta o seu passe, numa eventual negociação com o Planalto para retirar a sua candidatura em 2014. Também dá a ele musculatura política no Sudeste, berço eleitoral do PSDB, caso entre na corrida.
Nos últimos meses, o governador se encontrou com economistas ligados aos tucanos. Recebeu no Palácio do Campo das Princesas representantes da Casa das Garças, centro de estudos em política econômica formado por economistas da era FHC.
Também ponderou o discurso sobre o PSDB e tem destacado a contribuição do governo FHC. "Isso não quer dizer que não tenhamos críticas, mas não estávamos certos lá atrás quando dissemos que o Plano Real era um fiasco", afirmou em fevereiro, em viagem ao agreste de Pernambuco. "A esquerda brasileira errou e é preciso ter humildade para reconhecer."
O projeto que agrada aos tucanos não é bem recebido pelo PT. Dilma mandou um recado para Campos, em visita a seu Estado na segunda-feira, quando cobrou "comprometimento" dos aliados. Paralelamente ao discurso da presidente, o governo divulgou números sobre o investimento federal em Pernambuco. Quer dividir a paternidade dos avanços do Estado, que cresce acima da economia do País. Ainda mais num cenário em que o aliado flerta como o inimigo.

Base quer cargos do PSB

A candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), começa a produzir uma pressão da base aliada sobre o governo para que lhe seja dado logo o tratamento de adversário. Um movimento que une o PR e parte de PMDB e PTB, principalmente, em busca do espaço ocupado pelo PSB - a saber os ministérios de Ciência e Tecnologia e da Integração Nacional.
A pressão incomoda não só a Campos e a oposição, que se alimentam da dissidência do governador, mas também ao governo, que não pretende fazer do aliado uma vítima, expulsando-o da aliança. Prefere levá-lo a abdicar do projeto de 2014 ou, pelo menos, impor-lhe o ônus da ruptura.
A desenvoltura com que Campos exerce suas articulações porém, reduz a possibilidade de um recuo sem o risco de grave dano político à sua imagem. A pressão pela sua saída, por outro lado, limita a perspectiva da vida dupla de aliado e opositor por todo o resto do ano de 2013.
Cientes disso, partidos da base dobram o preço do apoio ao governo, para atender as bancadas da Câmara e Senado. Há o PTB da Câmara, liderado pelo deputado Jovair Arantes (GO), regionalmente aliado do PSDB; e o do Senado, do vice-líder do governo, Gim Argello (PTB-DF), que formou um bloco parlamentar com o PR, reunindo 12 senadores fiéis ao Planalto para reivindicar um ministério.
O PMDB do Senado reclama não ter representante. Alega que o Ministério de Minas e Energia é de José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). E que Sarney tem dois ministérios porque o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), ministro do Turismo, é de sua cota pessoal.
O limite do "diabo"
A dificuldade do governo com o PTB é que um acordo para dar um ministério ao partido passa por Roberto Jefferson (RJ), denunciante do mensalão, licenciado da presidência da legenda em favor do ex-deputado Benito Gama (BA), que tenta sem êxito representá-lo em audiência com a presidente Dilma Rousseff. Seria mesmo fazer "o diabo" pela reeleição. No vácuo, o PSB foi a Jefferson, que se reuniu, há dias, com o presidente da secção paulista, deputado Márcio França, representando Eduardo Campos. O PSB sonha em trazer o PTB para a aliança formal, garantindo o tempo de TV do partido.
Sem reserva
Sexta-feira, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) dividem palanque em seara tucana, em evento com prefeitos de São Paulo promovido pela Associação Paulista de Municípios (APM). Nem com um tucano no comando da entidade - o ex-prefeito de Osasco Celso Giglio - e o governador Geraldo Alckmin à frente, houve reserva de mercado para Aécio, registrou uma raposa mineira.Baixa
Com a eleição de Ciro Nogueira (PI) para a presidência nacional, o PP também troca de lugar no debate sobre os royalties e o Rio fica mais fragilizado na disputa. Advogado dos estados produtores, o senador Francisco Dornelles (RJ), cede a vaga a um ardoroso defensor dos não produtores. Na véspera da votação do veto presidencial que obstruía a redistribuição dos royalties, Ciro afirmou: "Farei o que estiver ao meu alcance para que esse veto seja derrubado aqui no Congresso".
Sem discussão
O vice-presidente do PSB de Goiás, José Batista Júnior, "dono do Friboi", o maior frigorífico do mundo, deve ir para o PMDB, por pressão do Planalto. Candidato ao governo, foi aconselhado a trocar de partido após a candidatura presidencial de Eduardo Campos. A participação de mais de 30% do BNDES na empresa de Junior, é fator que liquida a fatura.

quarta-feira, 27 de março de 2013

'Maior ataque cibernético da História' atinge internet em todo o mundo

Briga entre grupo antispam e empresa que abriga sites deflagra série de ataques que poderia afetar bancos e emails.

A internet ficou mais lenta ao redor do mundo nesta quarta-feira devido ao que especialistas em segurança chamaram de maior ciberataque da História.
Uma briga entre um grupo que luta contra o avanço do spam e uma empresa que abriga sites deflagrou ataques cibernéticos que atingiram a estrutura central da rede.
O episódio teve impacto em serviços como o Netflix - e especialistas temem que possa causar problemas em bancos e serviços de email. Cinco polícias nacionais de combate a crimes cibernéticos estão investigando os ataques.
O grupo Spamhaus, que tem bases em Londres e Genebra, é uma organização sem fins lucrativos que tenta ajudar provedores de email a filtrar spams e outros conteúdos indesejados.
Para conseguir seu objetivo, o grupo mantém uma lista de endereços que devem ser bloqueados - uma base de dados de servidores conhecidos por serem usados para fins escusos na internet.
Recentemente, o Spamhaus bloqueou servidores mantidos pelo Cyberbunker, uma empresa holandesa que abriga sites de qualquer natureza, com qualquer conteúdo - à exceção de pornografia ou material relacionado a terrorismo.
Sven Olaf Kamphuis, que diz ser um porta-voz da Cyberbynker, disse em mensagem que o Spamhaus estava abusando de seu poder, e não deveria ser autorizado a decidir 'o que acontece e o que nao acontece na internet'.
O Spamhaus acusa a Cyberbunker de estar por trás dos ataques, em cooperação com 'gangues criminosas' do Leste da Europa e da Rússia.
A Cyberbunker não respondeu à BBC quando contactada de forma direta.
'Trabalho imenso'
Steve Linford, executivo-chefe do Spamhaus, disse à BBC que a escala do ataque não tem precedentes.
'Estamos sofrendo este ciberataque por ao menos uma semana'. 'Mas estamos funcionando, não conseguiram nos derrubar. Nosso engenheiros estão fazendo um trabalho imenso em manter-nos de pe. Este tipo de ataque derruba praticamente qualquer coisa'.
Linford disse à BBC que o ataque estava sendo investigado por cinco polícias cibernéticas no mundo, mas afirmou que não poderia dar mais detalhes, já que as polícias envolvidas temem se alvos de ataques também.
Os autores da ofensiva usaram uma tática conhecida como Negação Distribuída de Serviço (DDoS, na sigla em inglês), que inunda o alvo com enormes quantidades de tráfego, em uma tentativa de deixá-lo inacessível.
Os servidores do Spamhaus foram escolhidos como alvo.
Linford disse ainda que o poder do ataque é grande o suficiente para derrubar uma estrutura de internet governamental.
BBC Brasil - Todos os direitos reservados.

domingo, 24 de março de 2013

Eduardo Campos evita comentar pesquisa sobre eleições

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato a presidência da República em 2014, não comentou as recentes pesquisas que apontam a presidente Dilma Rousseff como vitoriosa no primeiro turno das eleições. A pesquisa Ibope/jornal O Estado de S. Paulo o aponta como desconhecido de 54% do eleitorado e lhe dá de 1% a 3% das intenções de voto, dependendo do cenário pesquisado.
"Acredito em pesquisa, sempre trabalhei com pesquisa, mas não comento pesquisa, é um princípio", afirmou o governador, neste sábado. "Pesquisa é uma ciência e quando bem feita ajuda muito a quem trabalha com ela. É importante para a atividade política, mas não é caso de ficar comentando", reiterou.

 Verdade, e se pesquisa assustasse Eduardo ele não teria  sido governador de Pernambuco, onde começou com indíce baixissimo no primeiro pleito.

terça-feira, 19 de março de 2013

EDUARDO Campos critica falta de espaço no governo Dilma para debates

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em mais um lance político que comprova a pretensão de concorrer à Presidência em 2014, criticou a falta de espaço de aliados no governo da presidente Dilma Rousseff. O pernambucano, que preside o PSB nacional, afirmou que quando os aliados não têm a oportunidade de dizer o que pensam internamente o fazem externamente. As declarações foram dadas dois dias após a presidente Dilma enfatizar a importância da coalizão do governo.
"Aliados do governo, quando têm a oportunidade de falar, devem falar ao próprio governo. Quando não se tem essa oportunidade, tem de se ter responsabilidade de falar o que a gente deve falar", afirmou, usando como exemplo a medida provisória sobre funcionamento dos portos - a MP dos Portos, que tira a autonomia do Porto de Suape, um dos alicerces do recente crescimento econômico do Estado.
"Se eu tivesse sido chamado para discutir internamente a Medida Provisória dos Portos, teria falado. Não fui. Fiquei calado, não tive nenhum fórum para me colocar. Depois dela publicada, vocês (imprensa) me procuram, a comunidade pernambucana com justa razão se preocupa e quer ouvir nossa posição." Campos é contra a MP dos Portos.
Eduardo Campos voltou a negar que esteja em campanha política e disse não considerar que suas críticas ao governo sejam sinais de intolerância. "Nossa posição é de solidariedade com esse projeto. Mas é preciso discutir o Brasil, e isso não pode ser um incômodo para o governo, que não pode tratar com intolerância aqueles que querem fazer um debate sobre uma visão estratégica do País", emendou.
Entre risos, comparou suas críticas às feitas pelo empresário Jorge Gerdau, presidente da Câmara de Políticas de Gestão da Presidência. "Imagina se eu tivesse falado o que Gerdau falou", disse. O empresário classificou de "burrice" o tamanho da máquina pública e a quantidade de ministérios.
Campos negou que sua agenda já seja de candidato. "Candidaturas serão discutidas em 2014, até porque ninguém sabe dizer o que vai acontecer com cada um dos partidos. Estão todos debatendo." / ANGELA LACERDA

domingo, 17 de março de 2013

VEREADOR MORICA DA CIDADE DE TORITAMA É ALVO DE CRÍTICAS NO FACEBOOK

  O VEREADOR MORICA VENHE PEGANDO PESADO COM O GOVERNO DE ODON EM TORITAMA, E ISSO TEM LHE RENDIDO UMA NOTÁVEL QUANTIDADE DE CRÍTICAS NO FACEBOOK, BEM SE SABE QUE O VEREADOR MORICA NUNCA DENÚCIOU NADA DA GESTÃO DE FLAVIO LIMA, QUE POR SINAL FEZ UM PESSÍMO GOVERNO DEIXANDO TORITAMA COM CARA DE FAVELA. COM AS CRITICAS MORICA TEM GANHADO MUITOS SERMÕES DOS FÃS DE ODON E O VEREADOR TEM FICADO MAL NA FITA.
  SE QUER ATUAR DEVERIA ESPERAR MAIS OU UNIR-SE E RESOLVER A SITUAÇÃO, AGORA QUERER QUE ODON FAÇA EM TRÊS MESES O QUE FLAVIO NÃO FEZ EM 48, AÍ É OPOSIÇÃO IRRESPONSÁVEL DO VEREADOR, ISSO É SITOMAS DA FALTA DA MAMATA.

Mobilização de Campos gera reação na base

A mobilização do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), por apoio político e as críticas dirigidas ao governo Dilma foram minimizadas ontem por líderes de partidos da base aliada.
"É legítima a posição do Eduardo Campos", disse o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). "Ele tem capacidade, tamanho e história para disputar a Presidência da República. Mas sempre é possível fazer mais. A Dilma mesmo vai fazer mais do que já fez", acrescentou.
O comentário foi uma referência à afirmação de Campos, feita em encontro com empresários, de que "dá para fazer muito mais" no País.
O novo ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB), disse não acreditar que o discurso de Campos possa atrair peemedebistas, pois o partido já acertou a aliança na reeleição de Dilma, assegurando a vice presidência.
Manoel Dias, novo titular do Trabalho, avisou que o PDT não está discutindo 2014 agora e que o momento é de fortalecer os quadros do partido. "Não adianta brincar de eleição agora", afirmou, sem querer assegurar agora seu apoio à reeleição de Dilma. Parte do PDT defende candidatura própria ao Planalto, em 2014, como forma de fazer a legenda crescer.

Economia é 'cartão de visita' de Eduardo Campos

O "milagre econômico" de Pernambuco, Estado administrado pelo governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), baseia-se em uma receita heterodoxa, que misturou investimentos públicos e privados, concessão de incentivos fiscais, endividamento e aumento de gastos com pessoal. Como resultado, o Produto Interno Bruto (PIB) local cresceu a taxas maiores que as do Brasil e as do Nordeste.
Entre 2007, primeiro ano do governo Campos, e 2012, o Estado cresceu a uma média anual de 4,6%, enquanto o PIB do País aumentou 3,6%. No ano passado, mesmo com a perda de fôlego da economia brasileira, o crescimento foi de 2,3% - e o nacional de apenas 0,9%. "O Nordeste se beneficiou do modelo de crescimento atual. Nos últimos anos, tivemos um crescimento puxado pelo consumo. Mas o crescimento em Pernambuco decorre também dos investimentos feitos pelo Estado e pelo setor privado", afirmou o economista Alexandre Rands, da Universidade Federal de Pernambuco.
A economia do Estado é hoje o principal cartão de visitas de Campos em seminários e conversas com empresários, nas quais passou a fazer críticas à política econômica de Dilma Rousseff. Na semana passada, ele reuniu-se com representantes do empresariado paulista e exibiu "êxitos" de sua gestão.
Nos últimos anos, Pernambuco se beneficiou da valorização do salário mínimo e dos programas federais de transferência de renda. Entre 2006 e 2012, a arrecadação cresceu acima do PIB: passou de R$ 9,3 bilhões, no último ano de gestão Jarbas Vasconcelos (PMDB), para R$ 25 bilhões.
As decisões políticas sobre investimentos públicos, como as obras de transposição do São Francisco e da Transnordestina e a construção de refinaria da Petrobrás, foram fundamentais para aquecer a economia local. O ex-presidente Lula, que é pernambucano, viu o desenvolvimento do Estado como estratégico e quis criar na região uma vitrine para os investimentos em infraestrutura e em combate à pobreza do seu mandato. Hoje, Campos é uma ameaça ao projeto de hegemonia política dos petistas.
"Estamos em meio a uma mudança estrutural, determinada não só por decisões políticas, mas por favoráveis condições econômicas, tanto já existentes quanto moldadas pelo setor público", afirmou o presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco, Fernando de Aquino Fonseca Neto.
Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também cresceram, alcançando R$ 2,2 bilhões em 2012 (leia texto abaixo). Nos últimos dois anos, a Petrobrás investiu R$ 24,8 bilhões no Estado.
Os investimentos públicos estaduais também cresceram: passaram de 1,3% para 2,3% do PIB entre 2006 e 2011. "A atuação do setor público também vem sendo fundamental, tanto com investimentos diretos em infraestrutura e financiamentos dos bancos que controla, como com uma eficiente política de incentivos fiscais", completou Fonseca.
Campos se aproximou do empresariado, sinalizando com políticas de interesse do setor. Manteve programa de concessão de incentivos dos anos 90, deu espaço para renúncia fiscal e concedeu terrenos para atrair empresas. Levou fábrica da Fiat, com investimento de cerca de R$ 6 bilhões.
Nos últimos meses, quando intensificou a agenda de presidenciável, ele recebeu empresários e banqueiros do eixo Rio-São Paulo e economistas que trabalharam com FHC e que agora estão no centro de estudos de política econômica Casa das Garças, no Rio.
Dívida. Para bancar projetos, contratou dívida. O porcentual da dívida em relação à Receita Corrente Líquida (RCL), parâmetro de solidez fiscal, passou de 42,45%, em 2008, para 45,75%, em 2012. A perspectiva é que chegue a 2014 em 47% - em 2006, era de 66,59%. Apesar do crescimento, o porcentual está abaixo dos 200% colocados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado, a partir de 2014, com a finalização de projetos em andamento, "o crescimento das receitas possibilitará que o nível de endividamento alcance patamares menores".
Pernambuco também aumentou as contratações - 25 mil servidores, entre professores, médicos e policiais - e concedeu aumento real dos salários. Em 2007, o gasto com pessoal era de R$ 3,4 bilhões. Em 2012, atingiu R$ 7 bilhões. O porcentual da despesa com pessoal em relação à RCL cresceu de 41,62% para 45,18% - abaixo do limite de 49% da LRF. A Fazenda destaca que em 2012 houve retração da receita em R$ 1 bilhão, o que resultou no aumento do porcentual.
Fonseca discorda de que a trajetória de aumento das contratações e da dívida coloque em risco a solidez fiscal. "Eu diria até que essa conduta fiscal relativamente expansionista do governo de Pernambuco tem contribuído significativamente para o Estado se manter crescendo acima da média nacional e regional."
O boom econômico se refletiu na área social, mas ainda de maneira tímida. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, por exemplo, em 2006, 38,1% dos domicílios de Pernambuco tinham acesso à rede de esgoto. Em 2011, eram 50,6%, abaixo da média brasileira, de 54,9%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

segunda-feira, 11 de março de 2013

'Eduardo é moderno, um grande quadro'

Um dia após receber a presidente Dilma na Paraíba, Ricardo Coutinho disse ao Estado que o PSB e Eduardo Campos não serão "puxados" para a briga eleitoral antecipada. "Não vão nos puxar pro meio disso. O PSB tem sua autonomia, não é de segunda categoria. Está no governo e não é por um favor." Ele fez ainda questão de elogiar Campos: "É moderno, trata de desenvolvimento com inclusão social e vê a inclusão produtiva. Ele vai no interior de São Paulo e enche de gente. Tem prática e experiência intelectual. É um grande quadro da política brasileira."

Campos tem aval de governadores do PSB

O governador do Ceará, Cid Gomes, é voz isolada entre os governadores do PSB na defesa da tese de que o partido deveria apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014 em vez de lançar candidato próprio. Os demais governadores da sigla apoiam a movimentação feita pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Assim como o governador de Pernambuco, todos entoam o mantra de que a decisão deve ser tomada no ano que vem, mas veem a oportunidade de usar 2013 como um ano para fazer articulações e cacifar o PSB, robustecendo uma eventual candidatura de Campos.

O Estado ouviu os governadores Wilson Martins (Piauí), Renato Casagrande (Espírito Santo), Ricardo Coutinho (Paraíba) e Camilo Capiberibe (Amapá). Eles defendem apoio irrestrito ao governo Dilma em 2013, lembram a boa e histórica relação que o PSB mantém com a presidente e o PT, mas nenhum defende a tese de Cid Gomes. Todos foram procurados recentemente por Campos para conversar.

Alguns, como Martins e Coutinho, também têm sido assediados pela presidente, que visitou o Piauí em janeiro e a Paraíba na semana passada na companhia deles, respectivamente. Dilma também visitará Cid Gomes ainda este mês. O governador cearense já foi cortejado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi a Fortaleza dez dias atrás em uma agenda conjunta com Cid. O assédio é uma forma de tentar minar uma eventual postulação de Campos.

O discurso dos governadores do PSB, via de regra, é de conciliação. Mas às vezes escapam as frases que dão o tom do tensionamento. "O que o Partido dos Trabalhadores tem que saber: não temos duplicata assinada. Nem com o PT nem com ninguém", afirma Wilson Martins. "Somos parceiros históricos. Temos que ter essa liberdade de dizer 'tudo bem, somos aliados, amigos da Dilma, estamos com a Dilma na governabilidade, na parceria administrativa'. Isso é uma coisa. Isso representa a história, o passado, e o que a gente representa no presente. Agora, o futuro vamos discutir em 2014, com o sentimento de que o partido tem a liberdade de, se for prudente, colocar uma candidatura."

Interesse. Casagrande diz que está "seguindo a orientação do presidente do partido" de que, "publicamente", o assunto candidatura deve ser tratado em 2014. Sustenta, contudo, ser "impossível" não entrar de alguma forma no debate porque "a campanha já está posta". Ele afirma que Campos se movimenta politicamente "porque tem interesse" nos dividendos das articulações e diz que os bons resultados eleitorais do PSB nos anos de 2010 e 2012 fizeram com que "alguns setores" colocassem o governador pernambucano no "centro do debate presidencial". "Não há nada que impeça uma candidatura do partido", diz Casagrande.

O governador capixaba diz que o PSB tem ajudado a presidente no Congresso e "onde quer que a gente possa". Mas dispara: "O nosso compromisso é com o governo Dilma, não com a reeleição da Dilma".

Desserviço. Ricardo Coutinho, da Paraíba, classifica a antecipação do debate eleitoral como "um desserviço" e diz que o Brasil tem outras prioridades, uma vez que, segundo ele, "vivencia um momento delicado de estabilidade econômica, em função da crise mundial" - nos bastidores, o PSB avalia que um cenário econômico desfavorável a Dilma favoreceria o intento de Campos.

Coutinho sustenta que o PSB não é um subpartido, agregado de outra legenda. "Em 2014, decidiremos, com a maturidade de um partido cônscio de suas responsabilidades para com o Brasil, e de não sermos um subpartido e sim construtores de um projeto maior que qualquer partido isoladamente, a nossa intervenção no processo eleitoral."

Capiberibe diz que hoje o cenário para o PSB é diferente do de 2010, quando o partido decidiu não lançar a candidatura de Ciro Gomes para apoiar Dilma. "O partido cresceu. Se houver consenso, a candidatura do Eduardo vai ser uma boa opção para o País."

sábado, 9 de março de 2013

PAULO SOBRAL NÃO TEM ÉTICA E NEM MORAL

TODOS SABEM QUE A RELAÇÃO DE PAULO SOBRAL COM O EX-PREFEITO DE VERTENTES, ROMERO LEAL NUNCA FOI DAS MELHORES, ATÉ A JUSTIÇA JÁ ENTROU NO CASO, MAS PARECE QUE PAULO SOBRAL ESQUECEU  TUDO E ESTÁ DE MÃOS DADAS COM ROMERO. ONTEM EM ENTREVISTA Á SOBRAL EX-PREFEITO USOU O ESPAÇO QUE ANTES ERA SÓ DE CRÍTICAS A SUA PESSOAS PARA FALAR BESTEIRAS COMO A TAL SECRETARIA QUE OCULPA NA PREFEITURA DE VERTENTES, CRIADA SÓ PRA ELE; ESQUECEU DE DIZER QUE ESSA SECRETARIA FOI CRIADA SÓ PORQUE ELE ELEGEU UM GESTOR MAL PREPARADO AO CARGO DE PREFEITO, E ELE NÃO ACEITA DEIXAR A PREFEITURA COM SUA VONTADE DE ESTALAR UMA DITADURA NAQUELA CIDADE .
 PAULO SOBRAL MOSTROU-SE FRACO  E PROVOU QUE NÃO RESPEITA SEUS OUVINTES, AGORA QUERIA OUVIR A EXPLIÇÃO DO RADIALISTA, QUANTO ESTÁ GANHANDO? NÃO SEI, SÓ SEI QUE É UMA DECEPÇÃO DO RADIO ESSE PAULO SEM MORAL.

"ODON SERÁ O MELHOR PREFEITO DA REGIÃO"

  É O QUE TENHO OUVIDO POR ONDE  PASSO, OS ELEITORES DAS CIDADES VIZINHAS A TORITAMA ACREDITA QUE ODON SERÁ O MELHOR PREFEITO DOS ELEITOS NO ULTIMO PLEITO. SOBRE TUDO COMO A CIDADE RECEBE FEIRANTES DE VARIAS CIDADES, ELES ESPERAM UM DESTAQUE DO PREFEITO NO QUE DIZ RESPEITO A ORGANIZAÇÃO DO ENTORNO DO PARQUE.
  OUTRO POPULAR DIZIA QUE TORITRAMA É CARENTE EM URBANISMO E QUE O PREFEITO DEVE FAZER UM BOM TRABALHO NESTE SETOR. VAMOS AGUARDAR QUE ESSA PORTÊNCIA SEJA DE FATO REALIDADE EU PESSOALMENTE ACREDITO.

Jarbas engaja-se na candidatura de Eduardo Campos

Integrante da ala dos ''autênticos'' do PMDB, o senador Jarbas Vasconcelos afirmou nesta sexta-feira, no Recife, que considera o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, "candidatíssimo" à Presidência da República e antecipou sua disposição de trabalhar pela potencial candidatura. "Eu estou engajado neste projeto, já conversei com ele (Eduardo) e estou disposto a trabalhar dentro do meu partido, nas bases do PMDB e dentro do Senado da República junto a alguns senadores para promover alguns encontros com ele", afirmou o senador, em entrevista, depois de reunião com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), afilhado político do governador.
Ex-governador e ex-prefeito, Jarbas reafirmou uma qualidade de Eduardo Campos que considera "extraordinária" no homem público: a capacidade de conciliar agenda administrativa com agenda política. "Eu nunca consegui fazer isso", afirmou ele. "Eduardo consegue com sucesso em todas as duas", elogiou.
De ferrenhos adversários, Jarbas e Eduardo se reconciliaram durante a campanha municipal, ano passado, quando o senador apoiou Geraldo Julio. Na entrevista, Jarbas reafirmou a legitimidade do pleito de Eduardo e criticou o PT e o governo do PT de tentarem "sequestrar" alternativas ao Brasil. "Não pode ficar nessa coisa de PT reiteradamente e não querer que a oposição, ou uma pessoa fora da oposição, como Eduardo Campos, que pertence ao núcleo de governo, mostre uma postulação", afirmou. "Isso na prática é sequestrar, é impedir que surjam alternativas de poder, expectativa de poder dentro do País, e isso é ruim".
"No momento em que há uma reação contundente contra Eduardo, contra Aécio (Neves, do PSDB) é querer sequestrar as alternativas que o povo pode ter, e ter somente essa via única de PT: só o PT resolve, só o PT é bom, só o PT tem alma, só o PT tem coração, só o PT tem ética", frisou. "Não é bem assim, isso tem que ser discutido com a sociedade e nada mais natural que uma candidatura como a de Eduardo galgue um caminho normal, de absoluta naturalidade e que ele possa ser candidato".
Insanidade
Para Jarbas, o ex-presidente Lula "cometeu uma insanidade política" no momento em que lançou a candidatura da presidente da República à reeleição um ano antes do calendário eleitoral. "Isso é muito ruim para ela e péssimo para o País", avaliou, ao destacar que o Brasil enfrenta a retomada da inflação, teve "um Pibinho" em 2012 e está cheio de problemas, com muitos gargalos na infraestrutura. "A presidente se submete a uma agenda eleitoral que vai ser um verdadeiro emaranhado para ela durante esse período", observou.
Jarbas disse não acreditar que uma postulação do socialista ajude uma candidatura do PSDB. "Eduardo é candidato para ganhar, é candidato para levar a eleição para segundo turno e disputar a eleição no segundo turno, se for o caso", opinou. "Ele não vai fazer o jogo ou entrar nisso para provocar, ele vai entrar para ganhar a eleição".

quarta-feira, 6 de março de 2013

EDSON VIEIRA GANHOU OU PERDEU ?

QUERER ESTÁ EM UM CARGO DE PREFEITO, MUITOS QUEREM, MAS ESTÁ PREPARADO PARA ISSO, SÃO POUCOS; UM EXEMPLO DISSO É O CASO DO ATUAL PREFEITO DE SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE, EDSON VIEIRA (PSDB), QUIS TANTO QUE ESQUECEU DE CONSULTAR A SÍ MESMO SE ESTAVA PREPARADO E AGORA VIVE MOMENTO DIFÍCIES. SÃO TANTOS PROBLEMAS  NA PREFEITURA QUE ELE ANDA PEDENDO SECRETARIOS E ELEITORES ESTÃO DECEPCIONADOS COM A FRAQUESA DO LÍDER AZULÃO, TUDO ISSO NOS UMA INDAGAÇÃO: EDSON GANHOU OU PERDEU? BOM, A ELEIÇÃO ELE GANHOU, MAS ELE ESTAVA MENOS ARRANHADO COMO DEPUTADO DO QUE ESTÁ AGORA, TALVEZ TIVESSE SIDO MELHOR TER FICADO FORA DESSE ULTIMO PLEITO.
  VAI SER PRECISO DÁ A VOLTA POR CIMA E MOSTRAR HABILIDADES NO COMANDO DO GOVERNO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ OU FICARÁ COMO O QUE NADA FEZ.

A agenda presidencial de Eduardo Campos

Potencial candidato a presidente em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB),
intensificou o contato com empresários e políticos e deve definir, nas próximas semanas, o marqueteiro que cuidará das campanhas do PSB - e, por extensão, da sua própria campanha presidencial, caso ela venha a se concretizar até o ano que vem.
Desde o segundo semestre de 2012, Campos reserva espaço na agenda para encontros privados em Recife, São Paulo e Brasília com representantes do PIB - por sinal, tradicionais financiadores de campanhas eleitorais. Neste ano, a rotina não mudou. Nas próximas semanas, Campos se encontrará com executivos de diferentes setores em viagens que fará pelo País. No dia 21, terá encontro com representantes do setor varejista em São Paulo. No começo de abril, dará palestra para 5 mil pessoas em Porto Alegre, em evento organizado pelo Instituto de Estudos Empresariais.
Embora ainda não tenha decidido se será candidato, o governador tem se portado como um. A mais de um ano da eleição, também não tem nada a perder colocando o seu nome no jogo. Se tiver de retirar depois, ganhará compensações. Enquanto isso, trabalha eleitoralmente. Aumentou o contato com parlamentares e governadores não só de seu partido como de legendas aliadas. Hoje, vai a Brasília para encontro com a presidente Dilma Rousseff, com quem tem mantido contato frequente, apesar de serem, hoje, virtuais adversários nas eleições de 2014. Retórica a parte, Campos tem que deixar as portas abertas com o governado federal. Pode ainda ser candidato a vice, apesar do bom posicionamento hoje do PMDB. E também precisa da boa vontade do governo federal - leia-se, recursos - se quiser manter Pernambuco como vitrine política.
Nos próximos dias, o governador de Pernambuco também deve bater o martelo e definir o marqueteiro Duda Mendonça como o responsável pelos programas do PSB que irão ao ar em cadeia nacional de rádio e TV em abril, conforme informou a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, no domingo. A participação de Duda servirá como uma espécie de laboratório. Se funcionar - e se Campos for mesmo candidato a presidente em 2014 -, o marqueteiro tende a acompanhá-lo na empreitada eleitoral.
Campos ficou bem impressionado com Duda durante encontro que tiveram em 2009 para discutir a reeleição do governador. Na ocasião, o marqueteiro traçou um diagnóstico da imagem do governador e deu palpites sobre a forma como ele deveria se posicionar na campanha - alguns acatados, outros dispensados.
Duda Mendonça é dono da DM/Blackninja, que tem ainda o sociólogo Antonio Lavareda como sócio. A empresa já possui contratos com o governo de Pernambuco. Entre os trabalhos feitos pela agência para o Estado, está uma campanha de redução de acidentes com motos. "Motociclista, trabalhe com cuidado, não faça sua família sofrer", diz o locutor, depois de um filme trágico, e um tanto apelativo, em que um motoqueiro é atropelado, morto e colocado num saco do IML. A Blackninja tem contrato com o governo pernambucano desde 2008, no valor global de cerca de R$ 13,7 milhões.

Cid Gomes critica Lula por lançar candidatura Dilma

O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse nesta quarta-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "errou" ao lançar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição com tanta antecedência e negou estar agindo para sabotar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), provável adversário do PT na disputa de 2014.
"Eu já disse ao Lula e à presidente Dilma: ''Eu não sou quinta coluna''. Quem achar que pode contar comigo para fazer papel de quinta coluna e sabotar o meu partido, o presidente do meu partido, vai quebrar a cara", afirmou Cid, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto, numa referência a Campos, que comanda o PSB.
Nos últimos dias, o governador do Ceará e o ex-ministro Ciro Gomes (PSB), irmão dele, criticaram a pretensão de Campos de se lançar ao Palácio do Planalto. Cid disse que "falta chão" ao colega para concorrer à Presidência e Ciro afirmou que o pernambucano deveria ter "a dignidade" de entregar os cargos no governo. O PSB comanda hoje dois ministérios: o de Portos e o da Integração Nacional.
Ao ser questionado pela reportagem se fizera um acordo com Lula e Dilma para minar a pré-candidatura de Campos, Cid não escondeu a insatisfação com os comentários. Foi aí que disse não ser "quinta coluna". "Eu me julgo no direito de defender o que considero melhor estrategicamente para o País, para o Estado e para o meu partido", insistiu o governador do Ceará. "Mas não pensem que vou sabotar o PSB. O que o partido democraticamente decidir, eu acatarei", emendou, negando planos de deixar a legenda.
Cid ressalvou, porém, que a campanha deveria ser tratada somente no ano que vem. "Pelo meu gosto seria assim", disse. Com esse diagnóstico, o governador do Ceará afirmou que Lula "agiu errado" ao lançar Dilma com um ano e oito meses de antecedência.
"Eu aprendi que o correto, para quem está no governo, é deixar tudo para a última hora. Precipitar o debate eleitoral só acirra os ânimos e o governo precisa de um ambiente mais tranquilo no Congresso, para aprovar os seus projetos", comentou ele. Mesmo com a ressalva, Cid defendeu, mais uma vez, a reedição da aliança com Dilma, agora com o PSB na vice, e não mais com o PMDB de Michel Temer. "Acho que é estrategicamente melhor nos fortalecermos, lutarmos pela vice e nos prepararmos para um projeto nacional, em 2018", argumentou.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Quem quiser romper com a base do governo, que rompa, afirma Lula

Para petista, entrada de Eduardo Campos na disputa eleitoral pode colocar em risco a parceria entre siglas


FORTALEZA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira, 1º, a integrantes do diretório nacional durante reunião em Fortaleza que o partido será tolerante com os aliados, porque não quer romper com ninguém. Mas foi deixou claro que caminhos estão livres para quem queira romper com a base.
"Se alguém quiser romper conosco, que rompa. Não podemos impedir as pessoas de fazerem o que é de interesse dos partidos políticos", disse Lula, que tem defendido a manutenção da base em meio às ameaçadas de o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disputar a Presidência em 2014.
"Há um planejamento estratégico direcional de tolerância e paciência e de entender que se alguém quiser romper conosco, que rompa. Nós não queremos romper com ninguém. Queremos fortalecer, só que não podemos impedir as pessoas de fazerem o que é de interesse dos partidos políticos. O ideal é que a gente consolide as forças políticas que estão ajudando esse país a mudar."
Mais tarde, em entrevista coletiva, Lula negou que esteja tentando impedir uma possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à presidência da República em 2014. Mas o petista afirmou que a entrada do aliado na disputa eleitoral poderia colocar em risco a parceria "histórica" entre as duas siglas.
"Defendo a liberdade incondicional de cada partido de fazer o que bem entenda. Se não fosse assim, o PT não teria chegado à Presidência da República. Portanto, eu jamais tomaria qualquer atitude para impedir que um companheiro fosse candidato a presidente", disse Lula nesta sexta-feira, em Fortaleza, onde está para uma reunião do diretório nacional do PT. "O que temos que ver é se, estrategicamente, é importante a gente colocar em risco uma coisa que tem dado tão certo nesse País, que é a aliança histórica entre PT e PSB."
O petista lembrou que ainda faltam quase dois anos para a eleição presidencial e que, "se a gente ficar fazendo política do ''diz que diz'' ou ''diz que não diz'', a gente vai dar trombada desnecessariamente".
Lula teceu elogios a Eduardo Campos, e disse que é muito amigo do governador de Pernambuco, do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), e de seu irmão, Ciro Gomes (PSB).
"Ele (Eduardo) é uma personalidade que pode desejar qualquer coisa que ele quiser nesse País", afirmou. "O meu papel é fazer todo o esforço para que a gente esteja junto. Temos que construir uma aliança muito forte."
''Todos serão salvos''. O ex-presidente rebateu comentários do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB). Semana passada, ele chegou a dizer que Lula teria indicado que a vaga de vice da presidente Dilma Rousseff (PT) permaneceria com o PMDB, nas mãos de Michel Temer. O comentário foi feito em meio a especulações de que Dilma poderia ceder a vaga de vice a Eduardo Campos, com o objetivo de manter a aliança com o PSB.
"Deixa eu falar uma coisa em alto e bom som: quem escolhe vice é a presidenta, não sou eu. Quando fui presidente da República, escolhi duas vezes o meu vice, José Alencar. Jamais iria escolher um vice para a Dilma. É ela que vai escolher o melhor partido para indicar. Não serei eu", disse Lula. "Como ela tem uma bela amizade com o PSB e nossa relação é histórica, e ela tem uma boa amizade com o Eduardo Campos, no momento certo eles vão conversar e, no final, entre mortos e feridos, todos serão salvos."
Lula evitou comentar a declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que disse que os réus condenados no processo do mensalão seriam presos até o fim de junho. "Não dou palpite sobre a Suprema Corte. A Suprema Corte decidiu, está decidido e acabou. Posso concordar ou não, mas jamais daria palpite sobre as decisões deles, até porque fui presidente da República e muitos deles fui eu que escolhi."


Campos alerta Lula sobre perigo de antecipar sucessão


No foco do debate nacional, apontado como potencial candidato a presidente da República em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, afirmou nesta sexta-feira que não se sente pressionado a definir uma eventual candidatura. "O relógio do PSB trabalha no fuso horário do PSB", garantiu. "Não vamos trabalhar com o relógio dos outros, com o tempo dos outros e nem fazer o jogo dos outros. Vamos fazer o jogo do Brasil e o jogo do PSB".
"Nosso jogo é muito claro", reafirmou Eduardo, sem esconder a meta de fortalecimento e protagonismo do partido no Brasil. "Não vamos atropelar ninguém, mas também jamais seremos atropelados", destacou. "Quem imaginar que o PSB vai renunciar ao projeto de ser um grande partido neste País está redondamente enganado".
Segundo ele, o PSB vai fazer seminários para "pensar o futuro e ajudar o Brasil a debater exatamente aquilo que interessa à vida brasileira". Campos reafirmou sua tese de que 2013 "não é ano de se montar palanques, mas de se montar canteiro de obras, de se animar a economia, de se unir o País".
Indagado se o ex-presidente Lula errou ao lançar a candidatura da presidente Dilma à reeleição, antecipando o debate sucessório, disse respeitar quem pensa diferente, mas alertou para o perigo dessa discussão antes do tempo. "Nunca vi quem está no governo, sobretudo quem está no governo com situação de dificuldade, antecipar o calendário eleitoral", afirmou. "Nunca vi isto dar certo".
Alinhado com Dilma
O governador garantiu que o diálogo do PSB com o governo federal, de quem é aliado, se mantém da mesma forma de sempre, refreando especulações de uma possível ruptura do seu partido com o governo federal. "Tivemos, repito, um 2011 pior que 2010, um 2012 pior que 2011 e ainda não terminamos o ano de 2012 porque não votamos o orçamento nem as regras da principal fonte de financiamento dos estados brasileiros, que é o Fundo de Participação", frisou, ao citar pontos de uma pauta de debates pendentes: indexador da dívida, comércio eletrônico, royalties.
Ao lembrar que a legenda está ajudando a presidente, tendo sido apontada com a bancada que mais votou alinhada com o governo federal, ele garantiu que a presidente Dilma "sabe exatamente o que o PSB está pensando". "Temos muito respeito pela presidente, pela sua história, pela relação que temos, pela fraternidade que temos, ela sabe o que pensamos, o que o PSB pensa, ela sabe o que pode acontecer em 2014".